Conhecer Porto Salvo

História de Porto Salvo

Resumo

A fundação de Porto Salvo remonta ao séc. XVI e deve o seu nome a uma promessa feita por navegadores portugueses, quando sob forte tempestade no Cabo da Boa Esperança, prometeram edificar uma capela em honra de Nossa Senhora de Porto Salvo, na primeira terra portuguesa que avistassem.

O local primeiramente avistado foi o outeiro de Caspolima, no Reguengo do Rei D. João III em Oeiras, onde na primeira metade do séc. XVI foi construída a primeira ermida, tendo sido demolida mais tarde, dando origem à actual edificação, iniciada em 1670.

Presentemente Porto Salvo é o núcleo central e originário da freguesia do mesmo nome, no Concelho de Oeiras, que inclui ainda os aglomerados populacionais de Leião, Bairro Auto-Construção, Casal da Choca, Ribeira da Lage, Vila Fria e Talaide. A Freguesia de Porto Salvo, foi oficialmente criada por força da Lei  nº17-J93, de 11 de Junho de 1993, afirmando-se como um dos centros populacionais do concelho em mais franca expansão.

Memória Histórica de Porto Salvo

Para João Diogo Correia (“Toponímia do Concelho de Oeiras”), a designação de Caspolima poderá ter a sua raiz no antropónimo Polima, e quererá significar “casa do Polima”, pois “cas” era, no português arcaico, sinónimo de casa. Por contração, terá originado Caspolima.

Caspolima, atual Porto Salvo, gozou de grande importância económica no contexto do reguengo de Oeiras, mercê da atividade agrícola que se desenvolvia. Pelo menos, desde a Idade Média tal acontecia, existindo numerosos casais agrícolas e quintas, cuja produção constituía a principal fonte de rendimento da povoação. A sua posse conferia status e lucro, dada a fertilidade do agro.

Como muito bem observou António Balcão Vicente (“Oeiras Medieval: Uma Ficção?”, in 1.ª Ciclo de Estudos Oeirenses – Atas), a partir de 1319, a região de Oeiras vai transformar-se em reserva, que o rei frequentemente utiliza para agraciar membros da corte, em agradecimento pelos serviços prestados. É possível que, entre estes, se encontre a figura de Moisés Navarro, judeu, rabi-mor de D. Pedro I, com terras em Caspolima e Carnaxide.

Nas imediações de Porto Salvo, na Ribeira da Lage, o “Memorial Histórico” regista a existência de um sítio e quinta com designação de Azenha do Judeu. Trata-se de uma inquestionável marca da presença judaica no território oeirense que a toponímia preservou. Mas poderá ser também a reminiscência de uma das parcelas do morgadio que o rico rabi-mor de D. Pedro I, Moisés Navarro, instituiu em Caspolima, por instrumento notarial celebrado a 10 de Outubro de 1362, que obteve “graça e merces” do monarca, por carta de confirmação de 20 de Dezembro do mesmo ano.

Efetivamente, Caspolima era o nome do lugar que se estendia a norte do cruzeiro, onde bifurca a antiga estrada para Oeiras e Paço de Arcos. Não atingia o cabeço onde, no século XVI, se construiu a primitiva ermida de Nossa Senhora de Porto Salvo. Este sítio, segundo regista o “Memorial Histórico”, ficava no “alto de Caspolima”. Crê-se que só no século XVIII a designação mariana começou a substituir a tradicional, até quase a fazer esquecer, já no século XIX. A povoação ter-se-á alargado, alastrando em direção ao isolado e sobranceiro templo, e o culto assumiu uma dimensão tutelar e identificadora. Daí a crescente influência da evocação e a sua paulatina utilização como topónimo do lugar.

A Freguesia de Porto Salvo foi até 10 de Junho de 1993 um simples lugar da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Oeiras, até à sua criação pela Lei nº17-J93, de 11 de Junho. Localiza-se no extremo sudoeste do concelho de Oeiras e no seu limite com os concelhos de Cascais e de Sintra. Presentemente Porto Salvo é o núcleo central e originário da freguesia do mesmo nome, no Concelho de Oeiras, que inclui ainda os aglomerados populacionais de Leião, Bairro Auto-Construção, Casal da Choca, Ribeira da Lage, Vila Fria e Talaide.

A Lenda de Nossa Senhora de Porto Salvo

A Expansão e os Descobrimentos tiveram largas repercussões no território que hoje constitui o concelho de Oeiras, particularmente na sua faixa litoral. A muitos níveis se fizeram sentir. Sem que o processo tenha tomado uma feição radical, operou profundas transformações que representaram progresso e riqueza.

O incremente da navegação atlântica e fluvial e das atividades correlativas animou e deu novo caráter ao litoral oeirense. No que se refere à vertente religiosa, foram introduzidas outras venerações, especialmente as dedicadas à proteção da navegação. Novos templos foram edificados para satisfação do forte sentimento de religiosidade da gente do mar.

Sob a invocação de Nossa Senhora de Porto Salvo só registamos dois templos, em todo o território nacional. O mais antigo será o que se construiu no aro de Oeiras, cerca de 1530, segundo Manuel Marques Ribeiro de Ferreira, e outro em Lagos, em 1553, por iniciativa da colónia siciliana, milanesa e genovesa. Em Caspolima, designou-se inicialmente de Mãe de Deus do Porto Salvo e sob a sua tutela fundou-se uma importante irmandade, em 1675.

O desenvolvimento deste culto Mariano exerceu uma influência determinante na povoação. Tanto assim foi que até, cremos que já na segunda metade do século XIX, fez esquecer a antiga e secular designação toponímica do lugar, que se passou a chamar Porto Salvo.
Mas por que razão esta evocação Mariana, de caráter marítimo, em local tão distante do litoral? A aventura do mar empreendida por audazes portugueses desenvolveu-se num frequente diálogo com Deus. Perante a fragilidade das embarcações que desafiavam a desconhecida imensidão e a portentosa força dos oceanos, por vezes tão hostis que se tornavam fatais, as tripulações, nos momentos de aflição, só encontravam animo e segurança recorrendo à proteção divina.

Regressava a Portugal, recheada de ricas mercadorias, vinda da India, uma nau que “ (…) tormentosa borrasca atlântica surpreendeu. Preste a soçobrar, a tripulação, aflita, já se via irremediavelmente perdida”. Num derradeiro alento de esperança, formularam, então, o voto de edificar uma ermida em louvor da Senhora, a que dariam a invocação de Porto Salvo, na primeira elevação que encontrassem à entrada da barra de Lisboa. A súplica foi ouvida, com feliz sucesso.

A devoção a Nossa Senhora do Porto Salvo rapidamente se expandiu, em especial entre a gente do mar, tornando-se a ermida um centro de romagem, não só dos fiéis das vizinhanças, mas também de Lisboa. As naus da Carreira da India, quando passavam a barra, defronte de Porto Salvo, salvavam com tiros de artilharia a sua protetora. Esta prática ainda se verificava no século XIX.

Festa em honra de Nossa Senhora de Porto Salvo

Numa localidade ainda fortemente demarcada pela ruralidade como é Porto Salvo, as festividades tradicionais – festas religiosas e romarias – ocupam um lugar de destaque nas vivências culturais. Essas manifestações, caraterizam-se, dentro d outos aspetos, por serem eventos efémeros e transitórios, perdurando por algumas horas, dias ou semanas.
As festas populares (religiosas) são fenómenos que promovem a sociabilidade entre as pessoas. Em função disso, as festas possuem o importante papel de promoverem o encontro e, consequentemente, a exaltação social e, consequentemente, económica, cultural e espacial da vida quotidiana.
A Festa em honra de Nossa Senhora de Porto Salvo, a partir de 1710, pelo menos seria também em louvor de Santo António. Nos tempos mais antigos desta devoção, a festa acontecia geralmente em Maio, sem data fixa. Contudo, a partir de 1774, começaram por se realizar nos dias 25 e 26 de Julho, já em 1857 ocorriam a 20 e 21 de Dezembro, para em 1918 se efetuarem no quarto domingo de Setembro e só a partir de 1930 se realizam no mês de Agosto.
Mais tarde, atendendo ao fato de que muitos porto salvenses escolhiam Agosto como mês de férias, decidiu a Comissão de Festas alterar a data festiva para o período de 21 a 30 de Julho.

Festa do Cavalo

O concretizar da ideia surgiu à mesa de um almoço, sendo o compromisso inicial fazer uma festa em Porto Salvo, relembrando a história cultural da freguesia que estará sempre conectada à memória dos “homens dos cavalos”.

Ainda assim, em 1996, a carolice de alguns destes homens conseguiu com êxito recriar este ambiente através da realização de uma Gala Equestre. A Festa do Cavalo de Porto Salvo, decorre, atualmente, no final do mês de Abril

Capela de Nossa Senhora de Porto Salvo

Localizada no núcleo antigo de Caspolima, a Capela de Nossa senhora de Porto Salvo apresenta uma fachada barroca, com dois fogaréus e um pequeno campanário, embelezada por um alpendre de cantaria. A atual capela trata-se de uma reconstrução do século XVII que substitui a original ermida, construída no século XVI, por cumprimento de uma promessa pela salvação de vários tripulantes de ma nau que fazia a rota da Índia.

Luciano Cordeiro adianta-nos que as “reparações dos «devotos», no século XVII, ocorridas na ermida de Nossa Senhora de Porto Salvo, foram uma verdadeira reconstrução do referido templo”. A abóboda de berço foi também reconstruída, estando concluída em 1744. É de referir que as pituras para a capela-mor, da autoria de António da Silva, estavam realizadas um ano antes (1743), informação que não é referida por Luciano Cordeiro.

De qualquer forma, este espaço constitui-se, desde muito cedo, como local de devoção de navegantes e pescadores. Segundo diz frei Agostinho de Santa Maria no Seminário Mariano (1707), a ermida foi restaurada e ampliada no segundo quartel do século XVII, enquanto Pinho Leal defende que foi totalmente reedificada. É certo que no segundo quartel do século XVIII beneficiou de uma grande campanha de obras, na qual foi referido o atual retábulo-mor, púlpito, coro, pias de água benta, muro exterior e o revestimento azulejar interior e exterior.

O interior da nave única apresenta painéis de azulejos historiados com cenas da vida de Cristo que, segundo refere José Meco, são da autoria de Policarpo Oliveira Bernardes. Os painéis exteriores, muito danificados que representam cenas alusivas a Nossa Senhora do Cabo, são da mesma autoria (estão assinados) e datam de 1740. No interior podem contemplar-se várias telas barrocas com temas marianos, baseadas em gravuras, das quais a Anunciação é um bom exemplo. Sobre a autoria das telas, Manuel Marques Ribeiro de Ferreira adianta-nos que foram realizadas pelo pintor António Silva, em 1743, opinião corroborada por José Meco.

A autoria do programa iconográfico da capela de Porto Salvo e a sua datação, é-nos revelada por um recibo assinado pelo pintor António da Silva que data de 11 de Setembro de 1743. Este documento revela-nos que foram encomendados quatro painéis para a capela-mor, pela quantia de 28.800 rs. Estes painéis seriam a Anunciação, os Desposórios da Virgem, a adoração dos Pastores e a Adoração dos Magos. Contudo, existem mais quatro painéis, de temática mariana, no corpo da capela de Porto Salvo, cujo estilo pictórico permite atribuir a autoria a António da Silva.

O cruzeiro que se encontra no fundo do adro foi oferta do mestre pedreiro Manuel da Mata em 1724, já no fim da sua vida, de acordo com a informação inscrita no pé do próprio cruzeiro. Já o Cruzeiro da Boa Sentença é médio e de uma notável beleza e perfeição artística. Foi construído em 1759 e, atualmente, encontra-se frente aos serviços de acolhimento do santuário. O professor José Meco descobriu, através das suas investigações, que este cruzeiro não é original deste lugar, mas terá vindo para aqui trazido muito depois, em 1918.

Capela de Nossa Senhora da Piedade da Quintã

A antiga capela de Nossa Senhora da Piedade, pertencia à importante unidade agrícola da Quintã, em Porto Salvo. Embora se desconheça a sua data de construção, a avaliar pelas suas características arquitetónicas, julga-se que se trate de um templo do século XVIII, tendo em consideração a data que se encontra na porta (1737). É de salientar os pormenores neoclássicos na fachada principal, merecendo principal destaque, a esplendida estrela de oito pontas dos Marqueses de Pombal.

A capela dispõe de duas entradas, uma privativa, possivelmente reservada para os utilizadores da quinta, e a outra junto ao adro, para os habitantes da região. No seu interior possui magníficos silhares de azulejos policromados, posteriores ao terramoto de 1755, que representam o Cristo a Caminho do Calvário e a Descida da Cruz.

Coreto de Porto Salvo

O coreto situa-se no centro nevrálgico de Porto Salvo, constituindo o testemunho da importância do Largo que nele se insere, onde os habitantes se juntavam nos momentos de lazer. E ainda hoje tal sucede, com o Largo a encher-se de gente e alegria por altura das festas anuais dedicadas à padroeira e nos santos populares, quando a musica se mistura ao cheiro das sardinhas assadas.
Foi oferecido pela antiga Junta de Freguesia de Oeiras á população de Porto Salvo no ano de 1937, tendo servido de base, mais tarde, para um outro coreto oferecido pela Câmara Municipal de Oeiras ao Jardim Zoológico de Lisboa. A réplica, elaborada em 1988, pensada pelo engenheiro Guilherme Costa, tem uma base revestida por oito painéis de azulejos decorados com imagens de animais selvagens.

Chafariz de Porto Salvo

Datam de 1937 os azulejos que embelezam e compõe o Chafariz de Porto Salvo. Saíram da prestigiada Fábrica de Sant´Ana, sendo que os da fachada principal retratam a ruralidade da vida de Porto Salvo naquela época, sendo percetível iconograficamente a existência de um lavrador e uma junta de bois. Um dos painéis, situado nas traseiras do chafariz, é mais invulgar, com motivos relacionados com a escola primária que funcionava a escassos metros.

Cruzeiro de Porto Salvo

O cruzeiro de Porto Salvo é também vulgarmente conhecido como “Cruzeiro das Procissões”, uma vez que estas, dedicadas a Nossa Senhora de Porto Salvo, saíam do santuário e iam dar a volta a este cruzeiro, regressando com toda a solenidade ao ponto de partida.

Este cruzeiro, que foi erigido perto da passagem do século XVII para o século XVIII, assinala a entrada na Vila para quem vem de Paço de Arcos ou de Oeiras e é um forte símbolo da devoção do povo de Porto Salvo.

Sociedade de Instrução Musical de Porto Salvo

A Sociedade de Instrução Musical de Porto Salvo fundada em 15 de Novembro de 1914, é detentora de um rico historial, que por vezes se confunde com o da terra que o viu nascer.

A história da SIMPS, dispensa por vários documentos, está sobretudo gravada na memória daqueles que trabalham para a colectividade, em prol do interesse da comunidade envolvente. Não existe portanto, um documento único do rico historial da SIMPS.

Este tem sido o acumular das sucessivas direcções que ao longo dos anos tem gerido esta casa. Para tal será muito difícil escrever a história de SIMPS, falta-nos capacidade para tanto e os dados disponíveis estão gravados na memória dos mais antigos.
A SIMPS foi fundada inicialmente sob a designação de Grupo Musical Recreativo Portosalvense. Tomou, em 1931, o nome de Grupo de Instrução Musical de Porto Salvo.

Em 25 de Novembro de 1934 foi inaugurada a primeira Escola Primária da localidade, construída pelos sócios da SIMPS, com o apoio do Governo Civil de Lisboa.

Em 1936, durante a Exposição Industrial, Agrícola e Pecuária de Oeiras exibiu-se o Rancho da Desfolhada, cujo poema é representativo da Sociedade e incluso na brochura.

Ao longo dos anos, a SIMPS tem participado em numerosos eventos, que vão desde a inauguração da luz eléctrica em Porto Salvo, á da carreira de autocarros entre Paço d`Arcos – Porto Salvo – Cacem, bem como de outros nas localidades vizinhas.
Em 1941 foi inaugurada a actual sede com o seu salão de baile, onde actuou pela primeira vez o Conjunto da SIMPS, de nome ” O SÓLIDO”.

Durante a sua existência, a SIMPS tem desenvolvido várias actividades. A Música tem sido a sua primeira razão de ser, contudo outras há que têm tido grande importância, como o Ténis de Mesa e o Andebol, fundado em prol de Porto Salvo e dos nossos associados. É todo um conjunto de trabalho constante, herança dos seus fundadores e destinado às gerações futuras, em nome de Porto Salvo e da SIMPS.

Atlético Clube de Porto Salvo

Corria o ano de 1945 quando alguns elementos do extinto Clube “Os Estrelas” decidiram formar um novo Clube a que chamaram “Os Unidos”, que viria a ser, em 20 de Junho de 1948, o actual Atlético Clube de Porto Salvo. Esses fundadores, que presumivelmente seriam 18, instalaram-se com a primeira Sede na Rua João Rosado, tendo mudado posteriormente para outra ainda na mesma rua, local que actualmente está em vias de demolição.

Novamente nova alteração da Sede para a Travessa do Escondidinho. Em 1975 quando um grupo de sócios devido às poucas condições que o Clube dispunha em termos de instalações, decidiu, por afinidade ao Clube, instalar  a Sede na Rua Conde Rio Maior.

Actualmente o A.C.P.S. movimenta Equipas de Pré-Escolas, Escolas, Infantis, Iniciados, Juvenis, Juniores e Seniores a praticar Futebol Federado e 20 praticantes na modalidade de Atletismo Amador.

História de Leião

O Lugar de Leião (Laâm) fazia parte da Vintena de Caspolima. As primeiras referências à localidade remontam ao tempo de D. Manuel I, o venturoso. Ainda se vislumbram nesta localidade gloriosos vestígios do passado. Velhos muros ainda protegem o que em tempos foram esplendidas casas senhoriais, pequenos palacetes, casas dos capatazes, ou simplesmente celeiros. Surge-nos uma Mãe de Água, situada no interior do bairro de Leião e um belíssimo lavadouro público. Contudo a antiguidade do seu espaço geográfico, remete-nos para um período muito mais longínquo que o século XV, XVIII ou XIX.

O Alto de Leião foi considerado estação arqueológica de época calabriana, correspondendo aos vestígios de uma praia marinha. Deste modo, pelas caraterísticas sedimentológicas e geomorfológicas que se conservam na paisagem atual, podemos reconhecer extensas praias arenosas, na confluência do complexo dispositivo Fúlvio-deltaico, correspondente a um “pré-Tejo” do início do Quarternário. Em tais praias circulariam, há cerca de 1,5 Milhões de Anos, bandos de hominídeos responsáveis pela manufatura de diversos artefactos encontrados.

A atividade arqueológica de Leião não se circunscreve somente a estes factos, atribuindo-se também a esta localidade, a existência de um Casal Agrícola da I Idade do Ferro8 e um Estabelecimento Rural Romano Tardo-Republicano e Alto-Imperial, evidenciado pela abundância de fragmentos de produções romanas, incluindo materiais de construção e até pedaços de reboco ou estuque pintados.

A Capela de Nossa Senhora do Socorro de Leião

Situa-se no Centro Histórico de Leião e constitui-se como um tempo rural, simples, possuindo somente uma nave e um campanário na sua fachada principal sobre o cunhal direito. É de uma sóbria beleza e dignidade, com pavimento de grandes lajes antigas, e data pelo menos do século XVII10, depois dos tempos em que surgiram as ermidas da Senhora de Porto Salvo, de Santo Amaro e de S. Pedro de Cacilhas.

Destaca-se no interior um belo arco de pedra e um púlpito com varandim de madeira assente sobre uma mísula de pedra embutida na parede esquerda da nave. Numa das lajes do pavimento diz-se que “estas obras foram feitas com as esmolas da gente do lugar e de Lisboa, nas festividades de fora”.

Chafariz de Leião

O Chafariz está inserido numa antiga zona agrícola, junto a uma via pública de grande intensidade de tráfego. Trata-se de uma construção de pedra e alvenaria, composta por um frontão e um reservatório para água, com duas bicas. O Frontispício é composto por três elementos almofadados, sendo o do meio encimado por um frontão triangular, onde se encontra embutida uma Cruz. Pelas suas caraterísticas arquitetónicas, pressupõe-se que este Chafariz tenha sido construído no século XIX.

Grupo Recreativo, Cultural e Desportivo de Leião

O GRCDL nasceu precisamente a 20 de Abril de 1974, estando a revolução prestes a desencadear-se, sem que os seus instituidores sonhassem com tal. Em 1982 a coletividade fundiu-se com um grupo desportivo já existente, mantendo uma estreita ligação com a comissão de festas da localidade. Iniciaram a sua atividade desportiva com futebol 11 e atletismo, tendo a sua primeira sede num anexo da capela de Leião.

Bairros de génese auto-construtiva em Porto Salvo

A origem do nome «Bairro Autoconstrução» deve-se a um conjunto de 10 cidadãos conhecidos como «Os 10 Unidos» que, investidos do espírito de entreajuda, decidiram construir as suas casas no início da Av. Eng.º Arantes de Oliveira. Situação que apenas se oficializou através de um despacho do Ministério das Obras Publicas, publicado em 1961, em virtude de um pedido efetuado pela Câmara Municipal de Oeiras.

Após a delimitação dos terrenos para construção em Porto Salvo, os respetivos proprietários dividiram-nos em lotes, colocando-os à venda. Começaram por ser comercializados a 15 escudos o m2, chegando a 40 escudos. Alguns, como o Sr. Fernando Sabido, acabaram por cede-los gratuitamente.

Ocasionalmente, em 1964, no decurso da construção de uma moradia situada na rua de São Sebastião, em Sol Avesso, foram postas a descoberto três sepulturas estruturadas, de planta retangular, pertencentes a uma Necrópole Romana, parcialmente escavadas nas margas do Cenomaniano (Cretácico Inferior) que afloram no local.

Leões de Porto Salvo

Com o desenvolvimento urbanístico, na década de sessenta do século passado, em virtude do programa da “autoconstrução”, e consequente aumento demográfico, surgiu a necessidade da criação de um Clube de índole polivalente. Assim, e através da união de um pequeno número de cidadãos – Fernando Vicente, João Narciso Beira-Mar e Joaquim Maria dos Santos, dão-se os primeiros passos no ano de 1970, começando por atribuir o nome à futura instituição – “Clube Recreativo Leões de Porto Salvo”. A sua atividade iniciou-se numa singela cave, localizada na rua Eng.º Arantes de Oliveira.

O Futsal é uma das suas modalidades mais reconhecidas, respeitadas e conceituadas. Contudo, a Patinagem Artística, já com atletas medalhadas em campeonatos europeus e mundiais, constitui-se igualmente como um motivo de legitimo orgulho. Possui ainda Pesca Desportiva, Atletismo, Xadrez e Karaté.

A sua atual sede desportiva, inaugurada em Setembro de 2006, constitui-se como uma das peça de arquitetura contemporânea, de maior bom gosto, existentes em Porto Salvo. A parte que é centro social tem mais de 400 m2, e conta com um salão nobre polivalente de 150m2, receção, ludoteca, sala de sócios e várias áreas administrativas. O Pavilhão é composto por uma nave central multiusos, onde os 800 lugares sentados de bancada, estão também vocacionados para espetáculos.

Casal da Choca

Julga-se que a origem do nome, esteja numa construção antiga deste bairro. Nesta propriedade, o dono fazia criação de vários animais, ficando então conhecida como o Casal da Choca, por causa dos chocalhos das vacas. Conforme o bairro foi crescendo o nome foi passando “de boca em boca”, sendo até hoje o nome pelo qual é conhecido.

À semelhança do que se passava por toda a periferia de Lisboa, e mais concretamente no concelho de Oeiras, a área deste bairro, destinada à agricultura, foi parcelada e vendida em pequenos “lotes”. É assim que por volta da década de sessenta surge o núcleo do Casal da Choca, sendo a sua formação despoletada pelo aparecimento do chamado “Bairro da Auto Construção” de Porto Salvo, contíguo ao mesmo.

O Centro Cultural e o Rancho “Flores da Beira”

A Associação nasceu com o intuito de se afirmar e de possibilitar a divulgação da cultura e tradições da região de Lafões pelo concelho de Oeiras e restante país. Teve a sua fundação no dia um de Maio de 1987. Os seus instituidores tinham em mente criar uma associação que pugnasse pelos interesses e bem-estar dos residentes do lugar do Casal da Choca e de todos os Lafonenses residentes no concelho de Oeiras. O crescimento desta Coletividade foi regido por princípios de cooperação, solidariedade e igualdade entre todos os associados, quer sejam eles frequentadores das atividades ou não.

A associação possui um espaço bastante acolhedor (Centro Cultural), que dispõe de um amplo salão com palco, bar e sala de jogos, gabinete da direção, balneários, arrumos e demais dependências próprias para atividades desenvolvidas.

História de Vila Fria

A povoação de Vila Fria possui uma origem muito antiga, e o seu historial esteve sempre ligado à agricultura e produção de gado. A primeira referência a Vila Fria surge em 1500, quando é constituído o Julgado de Oeiras, sendo o lugar mencionado entre as povoações pertencentes a essa área jurídica, o que nos leva a crer que, a sua existência enquanto povoação, seria um fato muito antes dessa data.

Em 1582 surge a alusão a uma quinta situada em Vila Fria, pertencente a Helena Antunes, mulher de Custódio Vital, que ficava entre o “Zambujeiro” (Aldeia do Meio) e “Cerradinhos”. Existem várias referências a essa quinta ao longo dos tempos, mas as mais interessantes dizem respeito às “Capelas”, um costume antigo segundo o qual, não havendo herdeiros legais, as propriedades poderiam ser deixadas a quem o detentor entendesse, tendo essa pessoa a obrigação de mandar rezar um determinado número de missas pela sua alma.

O Padre João Baptista de Castro, em 1743, num estudo sobre as ermidas do Reguengo, referenciou cerca de uma dúzia, entre elas, a ermida da Madre de Deus, em Vila Fria, pertencente uma importante quinta. A construção primitiva é do séc. XVI, tendo sofrido alterações posteriormente. A referida ermida trata-se num excelente exemplo arquitetura de época, revestida por magníficos azulejos do séc. XVII que, ao encontrarem-se em ruina, foram retirados para restauro.

Para além da casa de dois pisos e da ermida com a respetiva sacristia, existem ainda algumas construções de apoio à lavoura, sendo um raro exemplo no concelho, a manutenção de uma propriedade rural típica e com cerca de três séculos de história.

Clube Desportivo Juventude União de Vila Fria

O Clube Desportivo Juventude União de Vila Fria foi oficialmente fundado a 25 de Abril de 1981, por Inocêncio Barata, André Quarenta, Álvaro Ferro, Vítor Mendes e António Pereira. Atualmente a sua sede encontra-se adjacente aos balneários do Campo do clube. Tendo no futebol a sua área de atuação, o Clube Desportivo de Vila Fria tem sido um verdadeiro viveiro de novos talentos, de onde têm saído atletas para Clubes verdadeiramente considerados.

Grupo Cultural de Vila Fria

O Grupo Cultural de Vila Fria iniciou a sua actividade na Festa de Nª Srª Imaculada Conceição, a 08 de Dezembro de 1982, no entanto, teve origem numa festa de encerramento de catequese organizada em Junho desse ano na qual foram representadas pequenas peças de teatro e algumas danças populares.

Em 06.02.1984 foi lavrada escritura e os seus estatutos foram publicados no Diário da República a 02.03.1984.

O rancho adquiriu a denominação de “Os Rancheiros” devido a uma tradição centenária que entretanto se perdeu. Os rancheiros, ou romeiros, eram grupos de pessoas que se deslocavam em romaria à igreja de Nª Srª de Porto Salvo dançando e cantando as modas da sua terra.

O seu repertório apresenta danças e cantares de todo o país e os trajes representam as diversas regiões de Portugal.

Desde a sua fundação o rancho folclórico é ensaiado pela Dna Odete Varanda, que tem sido a força e a alma deste rancho.

O Rancho tem actuado de Norte a Sul do país, sendo uma habitual presença em diversos festivais de folclore.

Em 1997 deslocou-se em digressão aos Açores onde actuou em várias ilhas do arquipélago, em 1998 foi um dos ranchos convidados para participar na Exposição Mundial de Lisboa, em 1999 participou na Gala Internacional de Folclore de Mangualde e em 2001 organizou a Iª Gala Internacional de Folclore de Vila Fria. Participou ainda no anúncio publicitário “Ligue” da Antena1, ilustrando a música popular portuguesa.

A actividade do Grupo Cultural de Vila Fria não se resume apenas ao seu rancho folclórico, participa anualmente no Desfile de Marchas Populares do Concelho de Oeiras e tem ainda em actividade vários “atelies” de dança, canto, musica e ginástica. Participa anualmente na Mostra de Teatro Amador do Concelho de Oeiras, com o seu grupo cénico “Oficina de Teatro”.

Durante todos estes anos a associação funcionou em instalações cedidas por diversas entidades oficiais e particulares. Em dia 07 de Julho de 2000, o Senhor Dr. Isaltino Morais, Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, inaugurou a nova sede social desta associação, cuja construção foi totalmente financiada por esta edilidade.

História da Lage

Recuando um pouco no tempo, paremos em 1575, ano em que Duarte Gil, um lavrador do Lugar da Lage, é nomeado juiz ordinário do reguengo, (segundo o Memorial Histórico ou Coleção de Memórias sobre Oeiras), ou então, em 1577, ano em que o juiz era Diogo Luís, morador no Casal do Mato, e que Bastião Antunes, morador no Lugar da Lage, era Alcaide do reguengo. Portanto, tudo isto, cerca de 200 anos antes de Oeiras ser elevado a Vila.

O Memorial refere-se à Lage como lugar de grandes canteiras, de onde se tirou e aperfeiçoou toda a cantaria para o sumptuoso Palácio do Marquês de Pombal, o mesmo Memorial que se refere ainda à Lage nas seguintes formas compostas, de Lage de Baixo (lugar com quintas e azenhas, no limite do reguengo, freguesia de Oeiras), e Lage de Cima (aldeia e casal da freguesia de Oeiras). São inúmeras as vezes que o Memorial se refere à Lage, sem nunca lhe chamar Ribeira. Por falar em ribeira, convém que seja esclarecido que inicialmente a Ribeira da Lage teve vários nomes. Nascendo perto da Serra das Mercês, no termo de Sintra, recebe o nome de Rio das Enguias, passando por inúmeras localidades, vai passar em Rio de Mouro, onde recebe o nome de Rio dos Veados. Mais para Sul, o rio abandona os domínios de Cascais e Lisboa, passando a pertencer só a Oeiras, onde recebe o nome de Rio de Oeiras

A Ponte de Pedra

Faz parte do Plano de Salvaguarda do Património Construído e Ambiental do Concelho de Oeiras. Julga-se que a construção da Ponte, do mais rustico que possa existir, data do século XVIII, como atestam os dois alicerces construídos por corta-correntes, em alvenaria.

A Gruta da Ponte da Lage

Trata-se de uma cavidade cársica existente em pequena cornija de calcários duros e sub-cristalinos, do Cenomaniano, profundamente fraturados, a qual acompanha o curso da Ribeira da Lage, ao logo da sua encosta esquerda. Possui a forma de um arco abatido, cuja regularidade sugeriu afeiçoamento no Neolítico ou Calcolítico, épocas em que o local foi utilizado como necrópole.
 
A primeira referência de materiais arqueológicos exumados na Gruta da Ponte da Lage deve-se a Estácio da Veiga (1889). O autor declara que as escavações foram efetuadas pela “Commissão Geológica”, não tecendo, porém, detalhes quanto ao ano ou autor das mesmas. Para além da menção a numerosos materiais de sílex, de cerâmica (lisa e ornamentada) e de pedra polida, o autor valoriza a presença de alguns artefactos de cobre.

Grupo Recreativo e Desportivo da Ribeira da Lage

A fundação ocorreu a 18 de Junho de 1970, por António Cunha, António Nunes, João Oliveira, Manuel Pirralhas. Mário Delunay e Manuel Santos. A sua atividade principal é o futebol de 11. O Grupo encontra-se inscrito no INATEL e na F.P.C.C.R. Para além do futebol, o Grupo dedica-se ao atletismo e ginástica. Quanto a atividades recreativas, destaca-se o cinema, excursionismo e o folclore.

Grupo de Folclore as Lavadeiras da Lage

O Grupo nasceu a 1978, fruto de uma pequena brincadeira que apenas pretendia criar uma marcha popular, constituindo-se como associação dois anos mais tarde, em Agosto de 1980. Posteriormente iniciou o processo de recolha de etnográfica da região de Oeiras, estudo que se mantém até aos dias de hoje, e que é transmitido em palco de forma dançada, cantada e representada.

Grupo de Folclore “Os Minhotos”

O Rancho Folclórico ” Os Minhotos ” foi fundado no dia 8 de Março no ano de 1978 na localidade da Ribeira da Lage, por um grupo de pessoas oriundas do Minho e que nessa altura residiam e trabalhavam no Concelho de Oeiras.

O objetivo deste, é divulgar o tradicional folclore minhoto como tem feito ao longo destes anos e com muito sucesso.

Os Viras, as Chulas, as Cana Verdes, as Rosinhas e muitas outras músicas são repertório deste grupo à vários anos e que tem vindo a divulgar a sua tradição por todo o país desde o Norte até ao Sul.

Este já participou em vários festivais de Folclore demonstrando assim a sua maneira de dançar e cantar, e representando o Concelho de Oeiras e a Freguesia de Porto Salvo.

Além das danças e dos cantares também este rancho inclui um grande número de Trajes oriundos do Minho, tais como o Traje Domingueiro Feminino e Masculino, Traje de Trabalho Masculino e Feminino, o Traje da Areosa, o Traje de Dó, o Traje à Vianesa  rico e meio rico, o Traje Masculino e Feminino de Noivos, e ainda a Traje de Mordoma. Este grupo é formado por cerca de 45 elementos entre dançarinos e tocata, esta é composta por diversos instrumentos musicais oriundos do Minho, tais como o cavaquinho, a viola, o reco-reco, o bombo, as castanholas, os ferrinhos, a pandeireta e as concertinas.

Casa das Letras

A Casa das Letras, ou Casal do Inverno, construção com características rurais de pequenas dimensões, ocupou desde sempre uma posição de relevo no Bairro da Lage, devido à sua localização privilegiada.

Devido às intempéries e à falta de manutenção, o edifício encontrava-se em avançado estado de degradação, carecendo da elaboração de um projecto que lhe devolvesse a dinâmica que outrora teve.

A proposta adoptada, apesar de adoptar linguagens contemporâneas, procurou a integração de elementos que perpetuassem a memória do antigo edifício.

O projecto foi concebido de modo a que a sua utilização possa ser bastante abrangente, criando-se espaços amplos que permitam o desenvolvimento das actividades promovidas pela Associação Cultural da Ribeira da Lage.

No que respeita ao arranjo de espaços exteriores, o projecto contemplou a sua organização com acessos, circulação pedonal, espaços de estadia e zonas de enquadramento, de forma a estabelecer um equilíbrio coeso entre o interior e o exterior do equipamento.

A “concretização de um sonho que a associação alimentava há mais de uma década.”de acordo com as palavras que Virgílio Reis, presidente da Associação Cultural e Recreativa da Ribeira da Lage, na sua inauguração em 09.12.2007.

História de Talaíde

“Suponho que este nome proveio de um hipotético apelativo talaíde, diminutivo de talaia, o mesmo que atalaia. Talaia, por atalaia, figura como apelido, e nos registos do Museu Etnológico, respetivos à Senhora da Atalaia, vê-se Senhora de Talaia. (…) Em 1758, Talaíde tinha 24 fogos. Em 1960, 314 habitantes”

In Toponímia do Concelho de Cascais, pelo Prof. J. Diogo Correia (1964)

Talaíde fica nos confins orientais do Concelho de Cascais e sofre da doença das terras de fronteira, ou seja, a gestão da pequena localidade é “partilhada” por três concelhos: Cascais (freguesia de São Domingos de Rana), Sintra (freguesia do Cacém) e Oeiras (freguesia de Porto Salvo). Tal situação não rouba, no entanto, as características daquela que foi em tempos uma aldeia rural, onde a agricultura e a pastorícia serviam de sustento a algumas dezenas de famílias que por ali se fixaram.

O Centro Histórico de Talaíde, destaca-se pela persistência de exemplares de arquitetura popular vernácula, mesclados, por vezes, com marcas de gostos urbanos de várias épocas, especialmente dos séculos XVIII e XIX, ao nível do tratamento das cantarias e fachadas.


Em toda a sua zona envolvente encontram-se testemunhos de diversas ocupações, desde a Pré-História até à Antiguidade Tardia. Os vestígios mais antigos remetem ao Paleolítico Inferior, tendo sido identificados no limite norte de Talaíde, no sítio arqueológico do Serigado. Na extremidade sudoeste da localidade, foram registados alguns achados dispersos do período do Calcolítico, como lascas de sílex, e fragmentos de cerâmica lisa ou de decoração campaniforme, que apontam para a existência de um povoado em época Pré-Histórica. No entanto, o maior número de achados é atribuível ao período romano (que poderá situar-se entre os séculos III e o VIII d.C.), onde se destaca, em particular, uma intervenção arqueológica (1975) realizada na Necrópole Tardo-Romana/Visigótica de Talaíde, que permitiu identificar 29 sepulturas de inumação.

Deste mesmo período, e por ocasião da construção de vários edifícios, foram ainda identificadas diversas sepulturas na área urbana da localidade.

Altar de Talaíde

Foi descoberta a 23 de Janeiro de 1983, na parede de uma casa na Rua da Esperança, uma ara votiva do século I d.C.. Depois de cuidadosamente limpa de caliças e argamassas, revelou um enigmático texto latino:

AVGVS . ET
HERMES . DEAE
MAGISTRI
DONVM


Ou seja, aquele singelo altar, construíra há dois mil anos atrás, a oferta que dois escravos, Augo e Hermes, dedicados ao culto de uma deusa – eles identificam-se como “deae magistri” (sacerdotes da deusa) – lhe haviam feito. Desconhece-se, contudo, que deusa seria.

Quinta de Santa Barbara

Na atual Quinta de Santa Bárbara, edificada em 1735, foi fundado um convento da Ordem de S. Domingos, encerrando em 1910, na sequência da reposição da Legislação Pombalina, por parte do Governo Provisório, visando a expulsão dos Jesuítas, assim como de todas as Casas religiosas e todas as Ordens Regulares. Contudo, pensa-se que todo o complexo deveria deter uma considerável importância na região, prova-o o excerto retirado Gazeta de Lisboa Nº.41 de 1819:

“ (…) Quem quizer comprar a laranja, e o limão da quinta de Santa Barbara de Talaíde, em Porto Salvo, pode tratar com o seu dono no alto do Salitre, Nº.216”

Após a remodelação total da propriedade em 1916, e devido às diversas alterações e acrescentos que foram sendo efetuados à sua estrutura matriz, presentemente pouco resta da sumptuosidade característica da época. Da antiga casa, apenas se encontram alguns azulejos oitocentistas, já bastante danificados.

Chafariz de Talaíde

O Chafariz de Talaíde, edificado em 1916 a mando de um morador local – o Sr. Casimiro Sabido, constitui-se como uma esplendida peça de mobiliário urbano, de idêntica importância, relativamente a outros, do mesmo cariz, que se podem encontrar na freguesia de Porto Salvo.

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